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O gesto de grandeza que se espera em Monte Alegre

QUINTA-FEIRA
30 JULHO
No município de Monte Alegre, por conta da pandemia do coronavírus, estabeleceu-se uma situação que está beirando o impasse.
Em um primeiro momento, a prefeitura local, por meio da Secretaria de Educação, estabeleceu como data para o retorno das aulas presenciais o dia 17 de agosto. 
Depois, em função da reação negativa por parte dos profissionais ligados à Educação, pais e alunos, a Secretaria afirmou que a decisão não está fechada de todo e que caberá à cada escola a decisão final. 
As escolas tem em seus quadros a maioria de funcionários contratados temporariamente, que estão sem receber salários desde quando as aulas presenciais foram suspensas. Presumia-se normalmente que as escolas decidiriam pelo não retorno às aulas, porém, com a maioria dos funcionários sem salários há meses, é possível que parte das escolas, se não a maioria, opte pelo retorno, mesmo a contragosto.
Aliás, esta questão empregatícia foi colocada pela Secretaria de Educação local, como um dos motivos da pressão pelo retorno, mesmo em desacordo com o governo do Estado e da maior prefeitura do Estado, Natal, que recuaram na decisão de retornar as aulas no dia 17 de agosto. Em várias outras cidades próximas, a decisão tem sido seguir a orientação do governo do Estado, a partir do comitê científico que acompanha a pandemia no RN.  
SINTE 
Por outro lado, o núcleo local do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE) deliberou nesta quinta-feira, 30, que os professores só retornarão às aulas presenciais quando surgir a vacina contra o coronavírus, a fim de garantir a segurança contra a contaminação pelo vírus de todos que frequentam o espaço escolar. A medida, claro, abrange os funcionários efetivos, mesmo assim há aqueles que podem decidir não seguir as orientação do Sinte, porque definem suas posições a partir de questões mais localizadas. 
UM GESTO DE GRANDEZA
Com o impasse, faz-se necessário que tanto o prefeito do município, quanto o secretário de Educação, tomem um gesto de grandeza em Monte Alegre. 
O prefeito da cidade tem se notabilizado nos últimos anos por pagar os salários dos servidores da Educação rigorosamente em dia e, na maioria dos meses até de forma antecipada. Além disso, foi uma das primeiras prefeituras do Estado a pagar integralmente o reajuste do Piso Salarial dos Professores. 
Pode-se alegar que isso é dever de todo gestor, mas mire-se para prefeituras maiores e até mesmo o governo do Estado, que tem dado nó para pagar o reajuste do Piso, por exemplo, e se verá que a prefeitura de Monte Alegre tem tratado a Educação de forma diferenciada, sem falar na reforma das escolas, com colocação de ar-condicionado nas salas, dentre outras ações. 
Pois bem, tendo construído toda esta trajetória, nos últimos anos, a prefeitura corre o risco de turvar esta trajetória, ao forçar as escolas a voltarem com as aulas presenciais, de forma indireta, através dos contratados, jogando por terra os avanços construídos.
Desagradar professores, pais e estudantes, que são contra o retorno, exatamente por ver que outras cidades não tem tido tanta sofreguidão para este retorno, seria uma ação política e administrativa inteligente? 
Ou está na hora do prefeito e do Secretário tomarem uma decisão que restabeleceria a tranquilidade na cidade?
Se o problema for os contratados, que estão sem salários há meses, por que a prefeitura, que está com recursos em caixa, não paga uma espécie de ajuda emergencial no mês de agosto, até que se tenha um quadro seguro para o retorno das aulas presenciais? E anunciam que estão recuando da decisão e esperar até as coisas se acalmarem.
Isso sendo feito, estaria restabelecida a tranquilidade nos meios educacionais da cidade e estaria se evitando jogar por terra conquistas esperadas pelos educadores há anos.   

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