UFRN cria espaço para atender pessoas em situação de violência na universidade

TERÇA-FEIRA

5 SETEMBRO

A UFRN conta, a partir de agora, com um local criado para acolhimento às pessoas em situação de violência, bem como para registro e os devidos encaminhamentos. O espaço está localizado na Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DDP). Casos recorrentes, envolvendo a comunidade universitária, levaram à necessidade da criação de um setor para atender às denúncia e dar os devidos encaminhamentos. 

De acordo com a coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Assédio Sexual e assessora técnica do Espaço Acolher, Julliana Paiva, o principal objetivo do espaço é promover acolhimento com escuta ativa e qualificada. Outro intuito é melhorar o atendimento à pessoa em situação de violência para enfrentar o assédio e a discriminação na comunidade universitária.

Além disso, os dados estatísticos levantados subsidiarão iniciativas estratégicas que visam fortalecer a Política de Enfrentamento às Violências e à Discriminação na UFRN”, explicou a psicóloga.

O público-alvo é formado por estudantes, docentes, técnico-administrativos e terceirizados. Além de acolher, a sala também será um espaço de referência para o registro de situações de assédio sexual e moral, violências de gênero e discriminação (LGBTQPIA+fobia, racismo, capacitismo, etarismo, gordofobia, etc). 

A vice-presidenta do Sindicato dos Professores da UFRN (ADURN-Sindicato), Isaura Brandão, definiu a inauguração como “um momento ímpar” na UFRN. A professora elogiou a iniciativa que busca dar apoio às mulheres.

“É uma demanda bastante antiga da UFRN, dos servidores, da comunidade acadêmica de uma forma geral, que é esse espaço de acolhimento. E, para além disso, políticas que favoreçam, que discutam e que, acima de tudo, proporcionem um ambiente universitário seguro. Especialmente, para nós mulheres”, afirmou.

Na Ouvidoria da UFRN, até 25 de abril, foram recebidas nove manifestações relativas a assédio moral ou sexual no ano. Em 2022, foram 47 denúncias; 12 em 2021; 20 manifestações em 2020 e 26 registros em 2019.

A universidade alerta, contudo, que é frequente que um mesmo evento gere diversas manifestações. Por exemplo, uma vítima de assédio moral relata o caso a colegas e tanto a vítima quanto os colegas fazem denúncia à Ouvidoria sobre o mesmo caso.

Para ter acesso ao serviço do Espaço Acolher, a comunidade universitária pode se dirigir ao local para atendimento presencial, ou entrar em contato pelo e-mail espacoacolher@progesp.ufrn.br, pelo telefone 84 99193 6014. Fonte: Assessoria