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Escola em tempo integral no RN não tem como dar certo culpando-se os professores

TERÇA-FEIRA
1 AGOSTO
Todos que atuam na educação potiguar, como de resto na educação brasileira, sabem que os educadores vem com desconfiança a proposta da política de Escola em Tempo. Por vários motivos: falta de estrutura das escolas, falta de equipamentos básicos, falta de material escolar e falta do devido valor aos educadores que atuam nas escolas. 
Pois bem, a sanção pelo presidente Lula da lei que institucionaliza o Programa Escola em Tempo Integral com a meta de criar 1 milhão de novas vagas neste ano, no dia de ontem - segunda-feira, 31 de julho - veio acompanhada de mais um capítulo que só reforça esta desconfiança. 
Em termos do Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra fez questão de se deslocar à Brasília, acompanhada de sua secretária de Educação, Socorro Batista, para não só participar da solenidade de sanção presidencial, como também afirmar que o Estado endossa, apoia e vai aplicar a mesma política do governo federal, no tocante à Escola em Tempo Integral. 
Segundo a governadora, o RN irá expandir já no ano que vem o número de escolas neste sistema, no qual o estudante passa o dia todo na escola, requerendo todo um aparato de apoio para que esta permanência se dê da melhor forma possível, possibilitando o reforço no aprendizado.
Acontece que, enquanto a governadora e a secretária estavam em Brasília, apertando as mãos de Lula e do ministro da Educação, no Estado, o secretário Carlos Augusto Xavier, que cuida das finanças do Estado, fez questão de dar várias entrevistas, afirmando que o governo do RN não poderá mais conceder nenhum tipo de reajuste salarial a nenhum servidor, pois as finanças estaduais estão colapsadas. O secretário afirmou, com todas as letras, que o reajuste do piso dos professores foi o grande culpado pelo colapso financeiro estadual.
Ora, todos sabem que o secretário exagerou na dose. O reajuste do piso dos professores faz parte de uma política federal, com recursos do Fundeb, na qual a União complementa recursos para Estados e Municípios que não tenham recursos para bancar os reajustes.
O secretário, em momento algum, reconheceu que reajustes milionários para a Justiça estadual ou mesmo para o Poder Legislativo, verdadeiras castas estatais, levam quantias significativas do orçamento estadual.   
Como a governadora Fátima Bezerra, sua secretária Socorro Batista e até o presidente Lula vão querer que a Escola em tempo integral dê certo no RN, com este tipo de tratamento dispensado aos professores?  
É urgente que a entidade sindical representativa dos professores no RN, o Sinte, venha a público repudiar as palavras do secretário de Fátima, repondo a verdade. 
Parte considerável da categoria dos educadores potiguares votou em Fátima Bezerra, ao longo de sua vitoriosa carreira política, e espera dela um posicionamento firme, desautorizando seu secretário, pela infeliz acusação aos profissionais do ensino. 

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