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UFRN intensifica preservação de arquivos

DOMINGO
30 MARÇO
Arquivos são espaços que possuem informações relevantes para toda a sociedade e tem um papel de destaque na construção da cidadania, por meio do acesso a direitos. 
Com vistas a investir no tratamento, acondicionamento e também pensar na disseminação das informações de seu Arquivo Geral, a UFRN propôs o projeto Preservação e Difusão do Legado Arquivístico Institucional da UFRN à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e foi contemplada com financiamento para conservar e divulgar seus arquivos.
O projeto foi aprovado para receber investimento de cerca de R$ 934 mil, voltados para a modernização do Arquivo Geral. Além desse projeto, mais oito propostas encaminhadas pela Universidade para a Chamada Pública MCTI/FINEP/FNDCT Recuperação e Preservação de Acervos 2024 foram aprovadas, sendo uma delas sem recebimento de recursos imediatos. 
A elaboração do projeto contou com a orientação da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq) da UFRN, que deu o suporte na elaboração e submissão da proposta.
A professora Patrícia Macêdo, do Departamento de Ciência da Informação (Decin), que participa da Comissão Científica de pesquisadores que irá atuar no projeto, destaca o que deve ser feito a partir desta conquista. “A ideia é promover um controle dos acervos que estão dispersos na Universidade. É um projeto de apoio para conservação e difusão  desses arquivos”, ressalta.
O projeto foi aprovado para receber investimento de cerca de R$ 934 mil, voltados para a modernização do Arquivo Geral.
Para Patrícia, é importante colocar que os arquivos não são preservados apenas para guardar. “Ter arquivos é muito importante na questão da cidadania. O arquivo é público e a partir deles temos acesso a uma série de direitos”, frisa. A professora complementa que, “a partir do momento que se possibilita que a sociedade conheça um pouco mais esses arquivos, não só os servidores, que são mais diretamente impactados, mas também pesquisadores e demais interessados”, consegue-se cumprir uma das principais funções do arquivo, que é possibilitar que o direito e a cidadania aconteçam de forma plena.
“Às vezes pensamos que o arquivo é só para a questão de história, que é o documento histórico, o que é muito importante, mas ele também assegura direitos, e por ele ter essa função, nós temos a obrigação, enquanto Estado e sociedade, de preservar estes documentos”, enfatiza.
O chefe da Coordenadoria de Gestão da Informação da Pró-Reitoria de Administração (Proad), Sthone Arruda Neves Ramalho, comenta sobre a oportunidade de ter um financiamento para a valorização da memória e preservação institucional. “Enquanto maior arquivo da UFRN (Arquivo Geral), que traz toda a memória da Instituição, é muito importante poder ter esse financiamento para tratar os documentos, preservar e disponibilizar esse material para toda a sociedade, e assim dar o retorno a esta sociedade para pesquisas e qualquer tipo de consulta”, avalia. 
Ele entende que os documentos não podem ficar dentro dos muros do Arquivo Geral. “Se a gente tiver esse suporte de novos equipamentos, disponibilização de pessoas, a gente vai poder dar um retorno para a sociedade, pois a Universidade é um dos pilares dessa sociedade”, afirmou.
Inicialmente, o projeto vai focar na preservação e divulgação de três arquivos da UFRN, o Arquivo Geral e o da Diretoria de Administração de Pessoal (DAP), vinculado à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp), e um acervo do Departamento de Serviço Social, que é um dos cursos fundadores da UFRN e possui uma vasta documentação histórica. No Arquivo Geral, foi identificada a existência de documentos datados desde 1947 até 2019, de acordo com o último diagnóstico realizado no local. Já o arquivo da DAP contém muitas informações vinculadas a servidores, como as primeiras portarias de nomeação e outras informações funcionais. 
Destaca-se que no Arquivo Geral é possível encontrar toda a produção da UFRN, desde dossiê de alunos, contratos, fichas financeiras de servidores e projetos desenvolvidos na UFRN de grande porte, como os da Infraestrutura, de pesquisa e de extensão. O acervo conta também com algumas plantas de construção da Universidade bem como a documentação da Comissão da Verdade UFRN, que é muito importante e muito pouco consultada, segundo Sthone Ramalho.
A proposta do projeto também prevê a capacitação de profissionais que trabalham nos setores da UFRN que possuem acervos documentais, para que se tornem multiplicadores de conhecimento sobre recuperação e guarda de acervos. Para isso, serão realizadas oficinas de capacitação, organização de cartilhas e material educativo para auxiliar a organização e o cuidado com os documentos institucionais.
“Vamos tratar, acondicionar e também pensar a disseminação, preservação e possibilitar o um maior acesso para pesquisas realizadas por qualquer pessoa que queria consultar os documentos que são públicos”, explica Sthone. Segundo ele, atualmente a consulta ao acervo do Arquivo Geral é feita in loco e só é possível atender uma pessoa por vez. “A proposta é disponibilizar um espaço melhor para o usuário vir pessoalmente ao Arquivo e também permitir esse acesso em casa, por via virtual, para dar mais vazão a publicização desse acervo”, acrescenta.
A ideia é poder também digitalizar os documentos solicitados por pessoas interessadas em alguns materiais e enviar para elas. “Vamos ter sistemas preparados para isso, para que o usuário possa visualizar os materiais”, explica.
Uma parte de recursos do financiamento serão utilizados para a montagem de um laboratório de conservação de documentos, que vai possibilitar a realização de pequenos reparos. “Com o maquinário e material que irá chegar, vamos conseguir trabalhar todo o ciclo documental, desde o momento de recolhimento dos acervos até a hora que ele estiver pronto e tratado para ser disponibilizado ao público interno e externo”, comemora a professora Patrícia Macêdo.
Para implementar o projeto na UFRN, foi formada uma equipe científica que conta com 10 pesquisadores de vários departamentos, tendo como coordenadora a professora associada do Departamento de História, Carmen Margarida Oliveira Alveal. A equipe técnica é composta por servidores da Coordenadoria de Gestão da Informação, do arquivo da DAP e do Arquivo Geral da UFRN. A proposta prevê ainda que a partir da implementação do projeto, seja possível poder contar com outros profissionais contratados para colaborar na higienização e digitalização dos documentos. Fonte: Assecom UFRN


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