MENU

Falta de insulina no PROSUS em Natal

DOMINGO
2 FEVEREIRO
A falta de insulina no Programa de Suporte ao Usuário do Sistema Único de Saúde (PROSUS), localizado na Policlínica Dr. José Carlos Passos, na Ribeira, tem gerado preocupação entre pacientes que dependem do medicamento. O problema tem afetado, principalmente, quem possui diabetes tipo 2 e depende do fornecimento regular de insulina de ação prolongada para manter a condição sob controle.
Marília de Sá, 39, foi uma das que compareceram ao PROSUS em busca de insulina. A mãe, portadora de diabetes aos 67 anos, depende do medicamento para a qualidade de vida. “Eu vim na semana passada e não tinha. Hoje vim tentar de novo. Não tem como comprar, é caro. Sem a insulina, a gente tenta fazer um ajuste na alimentação [para diminuir os impactos]”, relata.
Outra paciente que enfrenta dificuldades é Kamila Sales, 32, que também procurou a unidade em dezembro e retornou ao PROSUS nesta quinta-feira, ainda sem conseguir receber o medicamento. “Meu caso é judicializado desde 2008 ou 2010. Mesmo assim, eu não estou conseguindo pegar a insulina. Estou tendo que comprar do meu bolso. Em dezembro, gastei quase R$ 300,00 para conseguir manter meu tratamento”, afirma.
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 90% dos diabéticos são classificados como tipo 2, que têm causas diretamente relacionadas ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.
Pedro Henrique, médico endocrinologista, esclarece que existem dois tipos de insulina para pacientes com diabetes tipo 2: a de ação prolongada, que é liberada lentamente ao longo do dia, e a de ação rápida, que é aplicada antes das refeições. “Sem a insulina adequada, o controle glicêmico fica prejudicado. O paciente não consegue bater as metas de controle da glicemia, então vai ficar com a diabetes mais descompensada”, disse. Em alguns casos, pode ser necessário o uso das duas insulinas.
Segundo ele, essas insulinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são mais avançadas do que as opções mais antigas, desenvolvidas na década de 1980. “Com as insulinas mais antigas, o controle da glicose é muito mais precário, aumentando o risco de complicações. Para pacientes vulneráveis, como idosos, cardiopatas e transplantados, isso é ainda mais grave”, alerta.
Diferentemente do que faz a mãe de Marília de Sá, o ajuste na alimentação não terá resultados significativos para diminuir os impactos por falta de uso da insulina. “No caso de diabetes tipo 2, pode-se tentar reduzir o uso de insulina com o uso de outras medicações, mas não é o ideal para todos”, explica Pedro Henrique, médico endocrinologista.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pelo PROSUS, esclareceu que já foi realizado um processo de aquisição da insulina de ação prolongada, do tipo glargina. 
“O processo foi concluído e a secretaria aguarda o recebimento dos insumos por parte do fornecedor”, cita a nota. Já as insulinas de ação rápida, a pasta afirma que a distribuição continua acontecendo normalmente.
“A Secretaria reforça que os usuários cadastrados no serviço devem realizar a renovação cadastral a cada seis meses para garantir o recebimento do insumo, podendo comparecer ao setor com até 60 dias de antecedência do término do prazo para realizar a renovação”, conclui a nota da Secretaria Municipal de Saúde. Fonte: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário