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UFRN avalia proposta para criação de curso de energias renováveis

QUINTA-FEIRA
28 SETEMBRO
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) irá avaliar a criação de um curso de graduação de engenharia de energias renováveis. Trata-se de uma proposta do Departamento de Engenharia de Petróleo (DPET), que deverá encaminhar a proposta para análise da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). 
A ideia seria reformular a estrutura curricular atual, criando algo como um curso de engenharia de energia, onde a partir do terceiro ano da graduação, o aluno teria a opção de escolher seguir o caminho das renováveis ou do petróleo. 
O processo é encabeçado por uma comissão do DPET, formada pelos professores Lindemberg Duarte, German Callapino e Rodrigo Santiago.
Para o docente, a mudança vai ao encontro das discussões atuais sobre transição energética e pretende acompanhar o protagonismo do Rio Grande do Norte na área das energias renováveis. “Ele vai continuar tendo uma ênfase em petróleo, que é a estrutura atual do nosso curso, mas, de forma inovadora, a gente  vai ter uma ênfase sobre energias renováveis. Já temos toda uma matriz curricular apresentada nessa proposta. Estamos preparando esse projeto pedagógico do curso de engenharia de energia e na próxima semana esse modelo será encaminhado à Prograd”, conta.
Líder absoluto em produção de energia eólica no País com 7,43 gigawatts de potência instalada, o Rio Grande do Norte tem elementos valiosos para pensar uma visão estratégica voltada para a transição energética global, dizem os especialistas. Com recursos naturais abundantes e uma posição geográfica privilegiada, o Estado também sai na frente quando o assunto é produzir energia no mar, com uma capacidade de gerar 140 gigawatts de energia limpa offshore, equivalente a produção de dez usinas hidrelétricas de Itaipú.
São justamente esses argumentos que embasam a proposta para a criação de uma graduação voltada para as energias renováveis, diz Duarte. “Eu já estou há três semestres ministrando aulas sobre transição energética, questões climáticas, energia eólica, solar, biomassa, biocombustíveis, hidrogênio verde, então isso já vem ocorrendo aos poucos para que os alunos já tenham a sensação desse novo curso. Eu e outros colegas temos essa preocupação para deixar os alunos preparados para esse novo mercado de trabalho”, pontua.
O tema foi discutido durante o evento Renergia, que ocorreu na sexta-feira (22), no auditório do Centro de Tecnologia da UFRN. O aluno do curso de engenharia de materiais, Anderson Damasceno, diz que sentiu dificuldades quando tentou buscar informações básicas para se qualificar e entrar no mercado. Ele vê com bons olhos a possível criação de um novo curso, mas cobra integração e interação entre as engenharias para pesquisar o assunto.
“Faço pesquisa na área de compostos e uma de suas utilizações é para pás e aerogeradores. Uma coisa acaba puxando a outra. Faço pesquisa na área de aerogeradores, mas não necessariamente eu tenho capacidade de estar atuando na área porque meu curso não me assegura isso. Com a minha vontade de me inserir nesse mercado, eu estou buscando essa capacitação. A energia renovável é uma interdisciplinar, existem áreas, mecânicas, materiais, elétricas, enfim. Acho que o melhor formato seria a união entre as engenharias e também a parte social”, diz.
A Reitoria da UFRN informou à reportagem da TN que está atenta ao movimento e reconhece a legitimidade das da demanda, com base nos avanços da sociedade. “A UFRN discute de forma continuada a oferta de cursos para a sociedade, visando à formação de profissionais que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável. Nesse sentido, é natural que setores das diversas áreas de conhecimento realizem estudos e apresentem propostas de cursos, que são posteriormente avaliadas no contexto das suas unidades e considerando a oferta já realizada na instituição”.
Evento debate mercado, carreira e oportunidades
O mercado, a carreira, as oportunidades e os desafios da área de energia no Rio Grande do Norte estiveram em pauta no “Renergia”, evento promovido pelo Departamento de Engenharia do Petróleo (DPET/UFRN). 
O seminário reuniu professores, estudantes e representantes de empresas que atuam no segmento. Houve ainda uma exposição de equipamentos avançados de energia solar e eólica. Participaram da iniciativa representantes do Sebrae, Senai, Idema, ISI-ER, Windcraft, Voltalia e Dois A Engenharia. Fonte: TN

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