Em novo decreto, governo do RN diz que volta às aulas depende da escolha das direções das escolas, pais e responsáveis

DOMINGO

16 MAIO

No novo decreto para contenção da pandemia, o governo do RN estabeleceu diversas diretrizes com vistas à volta das atividades presenciais nos estabelecimentos de ensino. 

O detalhe é que o próprio governo afirma taxativamente que esta volta às aulas depende do parecer das direções das escolas, pais e responsáveis. 

RESPONSABILIZAÇÃO

O posicionamento do governo traz um risco. Por mais que a Secretaria Estadual de Educação afirme que a maioria das escolas está com estrutura ideal para receber alunos em atividades presenciais, respeitando-se os protocolos de biossegurança em combate à contaminação pelo coronavírus, quem vive na escola - que são os gestores, alunos, pais e responsáveis - sabe que a maioria das escolas na verdade não está em condições disso. 

E pior: mesmo que estivessem as escolas em segurança, o problema seria do portão da saída da escola para fora. Os alunos estariam correndo o risco de serem vetores do vírus, levando a doença para casa. Muitas crianças e jovens tem pessoas de idade avançada ou com comorbidades, que seriam presas fáceis para uma nova e mais perigosa escalada da doença.

Ademais, mesmo sabendo que as escolas não tem as condições ideais, imagine que um diretor de escola mais afoito, querendo mostrar serviço, determine o retorno das atividades, por cima de tudo e todos, caso venha um só aluno ou trabalhador da educação a adoecer, este gestor estará correndo o risco de responsabilidade penal para os danos na vida de quem adoecer, bem como de seus familiares. 

O risco é alto para se fazer experiência com a vida alheia.

VACINA PARA TODOS, NÃO SOMENTE PARA PROFESSORES

O sensato é esperar um pouco mais até que todos sejam vacinados. Só sabe o que é esta doença quem já foi contaminado ou perdeu parentes e amigos por conta dela. Toda pressa para que as atividades voltem, sem que haja total segurança, é injustificável. 

O sensato também é que todos os trabalhadores que estão no chão da escola, não somente os professores, sejam vacinados, como condição para um retorno seguro.